» Processo criativo
Para a criação de uma ideia são utilizados recursos como desenhar, apagar, redesenhar, rabiscar, corrigir e acertar, por vezes uma linha equivocada que não corresponde ao idealizado, pode vir a tornar-se parte da ideia.
Como o processo criativo é tão inconstante, mutável e influenciável, recorremos a desenhos à mão, porque de modo mais prático conseguimos fazer alterações e não ficamos tão limitados pela rigidez de uma linha automática dos programas digitais, embora estejam em crescente expansão.
Ainda assim, como os desenhos manuais são por vezes muito expressivos e rabiscados, podem até tornar-se de difícil interpretação, sendo necessário fazer um desenho mais preciso para o entendimento do projeto e realização da obra. O desenho digital torna-se, assim, mais útil em desenhos finais, onde a ideia já se encontra estabelecida.
»Representação arquitetónica
Para transmitir concretamente a ideia pensada é necessário algo palpável ou visível, uma representação gráfica como desenhos, plantas, cortes, alçados e maquetes físicas ou digitais.
Existem algumas convenções de símbolos, de forma a tornar os desenhos do entendimento de qualquer um, no entanto, alguém experiente conseguirá também compreender se for feita uma adaptação de símbolos, estes têm de ser claros e universais.
Por exemplo, por convenção as portas representam-se sempre abertas, para compreendermos a sua movimentação e as janelas sempre fechadas, deixando claro o seu modo de implementação.
Ao representar graficamente um projeto, podemos desenhar sucintamente à mão, de modo a dar a perceção de sensações, relações entre elementos e da relevância dos mesmos no espaço, através da expressão do nosso traço como a intensidade, rigidez ou suavidade, fluidez, entre outras.
É também utilizado o desenho técnico, é mais rígido e utiliza instrumentos de geometria e de precisão numa linguagem universal, este método é onde entra, muitas vezes, o desenho digital.
Maquetes são recursos bastante úteis para uma melhor ambientação no espaço e ainda, para apresentar a ideia ao cliente, ou a quem não seja da área e tenha dificuldade em entender ou visualizar o espaço através dos desenhos, pois é uma miniatura da realidade e do que estão acostumados.
As representações gráficas são a melhor forma de explicar objetivamente os nossos pensamentos, uma descrição em texto, por exemplo, embora utilizada por escritores é bastante subjetiva, como, por exemplo, uma sala grande, depende das referências de sala grande de cada um. Assim, com a representação gráfica, embora em escala reduzida, temos noção das proporções do espaço.
“Quando alguém tem uma ideia clara, seja qual for a dimensão de um projecto, o projecto pode ser desenhado num bilhete de metro. Se não fores capaz de expressar a tua ideia num pequeno pedaço de papel, então a tua ideia não está ainda definida”
— Tony Garnier